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sábado, 2 de maio de 2009

Mensagens de Martinho Lutero

Todas as mensagens foram retiradas do site da Comissão Interluterana de Literatura (www.lutero.com.br)
Leia em sua Bíblia: Lucas 2.41-51

ERA-LHES SUBMISSO


“E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso”. (v. 51)

Nestas palavras o evangelista resume toda a juventude de nosso Senhor Jesus Cristo.

Agora, o que significa: “era-lhes submisso?” Simplesmente isso: cumpriu o quarto mandamento. Fez aquelas tarefas que pai e mãe querem que sejam feitas em casa, ou seja: buscou água, pão e carne; cuidou da casa, e fez outras coisas semelhantes a estas, conforme era mandado, como qualquer outra criança. Eis o que o querido menino Jesus fez. Por isso, todas as crianças piedosas e que amam a Deus deveriam dizer: Ah! não sou digno dessa honra de ser igual ao menino Jesus, fazendo o que ele, meu Senhor, fazia. Ele ajuntava gravetos e fazia outras coisas que seus pais lhe ordenavam, coisas que aparentemente eram tarefas bem simples e insignificantes, mas que têm que ser feitas em qualquer casa. Puxa vida, que crianças boazinhas não seríamos, se fizéssemos aquilo que nossos pais nos mandam fazer, por mais insignificante e humilde que isso seja.

Cristo é Senhor de tudo. Não obstante, para nosso exemplo, ele se humilha e obedece a pai e mãe. Por isso deveríamos fazer o máximo para aprender bem essa história e ficar felizes quando somos assim obedientes e fazemos nossas tarefas, levando em conta que o próprio Cristo não se aborrecia com tais trabalhos.




Leia em sua Bíblia: Lucas 2.41-52


A GLÓRIA DE DEUS SOBRE A CRIANÇA


“Jesus respondeu a seus pais: Por que me procuravam? Não sabiam que me cumpria estar na casa de meu Pai?” (v. 49)



Que significa isso: Cumpre-me estar na casa de meu Pai? Não pertencem a seu Pai todas as criaturas? Tudo é dele; no entanto, Deus deu-nos as criaturas para uso, para que com elas lidemos nessa vida terrena, de acordo com o melhor juízo. Uma coisa, porém, reservou para si, algo santo e de propriedade exclusiva de Deus, algo que se deve receber dele em separado: É sua palavra santa com a qual governa os corações e as consciências, e as santifica e lhe dá a bem-aventurança. Por isso também o templo é considerado seu santuário, sua santa morada, para nele estar presente por sua palavra e fazer-se ouvir.

Ele não pode ser encontrado nem entre amigos e vizinhos, nem em qualquer outro lugar fora do ministério da palavra. Pois não quer ser mundano nem ser encontrado nas coisas mundanas. Ele quer estar nas coisas que são do Pai. Assim, aliás, se revelou desde seu nascimento e durante toda a vida.

Você não sabe que cristo não está nem pode ser encontrado somente nas coisas de seu Pai? Não naquilo que você e todos os homens são e possuem. Por isso acontecem essas coisas à mãe de Cristo e a José: Sua sabedoria, pensamentos e esperanças falham, e tudo leva a nada, enquanto o procuram de um lado para o outro. Pois não o procuram como deveria. Procuram-no como fazem carne e sangue. No entanto, nesse ponto deve-se deixar tudo de lado: amigos, conhecidos, toda a cidade de Jerusalém, toda arte e sabedoria, tudo que são eles próprios e todos os homens. Pois tudo isso não resulta em consolo algum – até que o procuram no templo, na casa de seu Pai. Aí, com certeza, é que o encontramos, e o coração acha paz.





Leia em sua Bíblia: Mateus 3.13-15


O BATISMO DE JESUS


“Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse”. (v. 13)



Aprendam a ter esta festa em alta estima. O fato de Cristo ter-se revelado aos magos por meio de uma estrela foi, sem dúvida, uma grande revelação; mas essa aqui é muito maior. Estes são os verdadeiros três reis: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, que se fazem presentes por ocasião do batismo de Cristo. Se fosse de sua vontade, essa revelação poderia ter acontecido no deserto ou no templo de Jerusalém. Mas, tinha de acontecer por ocasião do batismo, para o nosso ensino, para que tenhamos o batismo em alta conta, e, uma vez que somos batizados, nos consideremos pessoas que foram transformadas, sim, recriadas em santos.

Assim, essa revelação supera em muito aquela outra, pois a estrela apareceu somente aos magos. Agora, da presente revelação todos os cristãos têm necessidade, enquanto que naquele caso apenas alguns gentios tiraram proveito da mesma. Por isso, essa festa deveria, com toda razão Ter o nome de festa do batismo de Cristo e ser chamada “o dia em que Cristo foi batizado”.

Por isso, vocês devem aprender e notar bem como nesse dia Deus se revelou, fazendo uma bela pregação a respeito de seu Filho: que ele tem prazer em tudo o que Filho diz e faz. Pois quem segue o Filho e vive segundo sua palavra, esse também será seu filho amado e terá o Espírito Santo, que também se manifestou por ocasião do batismo de Cristo numa forma bonita, amável e pacífica. Assim, também o Pai se fez ouvir de forma muito amável, dizendo: Aqui vocês têm, não um anjo, um profeta ou apóstolo, mas meu Filho e a mim pessoalmente. Que revelação maior poderia Deus Ter feito de si mesmo? E que melhor serviço poderíamos prestar-lhe senão dar ouvidos a seu FILho, nosso Salvador, e atendo-nos ao que este nos prega e ordena? Quem, porém, não quiser dar-lhe ouvidos e segui-lo para sua salvação, este pode muito bem dar ouvidos ao apóstolo do diabo para sua condenação eterna. Por isso, agradeçamos a Deus por esta graça e peçamos que nos conserve nesta fé e nos salve. Amém.





Leia em sua Bíblia: Mateus 2.1-3

O REINO DE HERODES E O REINO DE CRISTO

“Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes e, com ele, toda Jerusalém”.(v.3)



Aparentemente Herodes era um rei poderoso, vitorioso no campo de batalha. Em qualquer direção que brandisse a espada, era bem sucedido. Era sábio, sensato, poderoso e rico no que diz respeito ao exterior. Mas em questões internas, em sua casa, era totalmente fraco e infeliz. Assim, por fora, Herodes era feliz; mas por dentro, totalmente infeliz. Agora, Cristo, que é o nosso verdadeiro rei, era bem pobre e miserável, desprezado e rejeitado no que diz respeito às aparências externas; entretanto, interiormente, estava pleno de alegria, consolo e coragem.

Portanto, devemos lutar para que Herodes, que é bem sucedido em questões desse mundo, não nos roube a Cristo, o Rei verdadeiro e gracioso. E embora esteja ele deitado na manjedoura qual criança pobre e miserável, é para lá que temos que ir.

Por isso, se quisermos ser salvos e ter uma consciência tranqüila e feliz, devemos pôr de lado o modo de viver do rei Herodes e aceitar um outro rei, Cristo. Isto significa que não devemos imaginar que podemos salvar-nos por meio das obras, e também não depositar nelas a nossa confiança, e, sim, imprimir em nossos corações unicamente a imagem do bondoso Senhor Jesus Cristo, que vem a nós sem pompa alguma. Pois quando os três santos reis desistiram de todas as obras e ajuda humana e, confiando em Deus e apegando-se à profecia de Miquéias 5.2, foram a Belém, imediatamente tornaram a ver a estrela.





Leia em sua Bíblia: Mateus 2.1-12

EPIFANIA

“E vendo eles a estrela, alegraram-se com intenso júbilo. Entrando na casa, viram Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro incenso e mirra”. (vv. 10s.)



A primeira importante, útil e necessária lição que aprendemos desta história é que os magos, ao procurarem a Cristo, o Rei que acabara de nascer, não o encontraram em Jerusalém como tinham imaginado. Para encontrá-lo, tiveram que consultar e ouvir o que o profeta Miquéias tinha a dizer. Munidos apenas da palavra, e deixando de lado seus próprios pensamentos, voluntariamente, partem da santa capital Jerusalém e rumam a Belém, cidadezinha insignificante, e não se escandalizam nisso. Então, quando tinham deixado Jerusalém, Deus os consola, fazendo reaparecer a estrela, que foi adiante deles até Belém, até a porta da casa onde estava o menino. Eles bem que precisavam desse consolo, pois tudo o que encontram ali é pobreza e mendicância. Aquele não era o lar de José e Maria. O menino está deitado numa manjedoura. Ali existe, quando muito um copo de água. Tudo isso não combina com um rei!

Mas aí essa gente piedosa não se deixa enganar. Ficam firmes naquilo que tinham ouvido do profeta Miquéias e visto na estrela. Por isso, apesar da aparência pobre e miserável, ajoelham-se diante do menino, adoram-no, abrem seus tesouros e lhe dão presentes.

A segunda coisa que deveríamos aprender dessa história é como devemos nos portar diante de nosso amado Senhor Jesus Cristo, a saber: que removamos todo escândalo e, juntamente com os magos, confessemos a Cristo, o Senhor, ao mundo, que o busquemos de coração e o adoremos como nosso Salvador. Além disso, porque nesse mundo seu reino se apresenta tão pobre e miserável, devemos ajudar voluntariamente com o nosso dinheiro, bens e tudo que temos, para que o mesmo seja promovido e cresça, pois esse reino sofre toda sorte de resistência e opressão do diabo e do mundo. Pois podemos muito bem imitar o exemplo dos magos, abrindo hoje nossos tesouros para Cristo e dando-lhe presentes. O motivo para tanto está em Mateus 25.40: “O que fizestes a um desses meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.





Leia em sua Bíblia: 1 Pedro 2.4-10

REIS E SACERDOTES

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz”. (v. 9)



Isto é assim porque, mediante a fé, o cristão é colocado acima de todas as coisas a ponto de, espiritualmente, tornar-se Senhor de tudo, pois, em se tratando de sua salvação, nada pode lhe causar dano. Ao contrário, tudo deve ficar sujeito a ele e cooperar para sua salvação. Isto não significa que tenhamos poder sobre tudo que é corporal ou material, possuindo ou fazendo uso disso como as pessoas desse mundo. Pois todos teremos de morrer corporalmente e ninguém consegue escapar da morte. De modo semelhante temos de estar sujeitos a muitas outras coisas, como nos mostra o exemplo de Cristo e seus santos. Pois esse é um reino espiritual, que exerce seu poder dentro dos limites da submissão corporal, ou seja: No que diz respeito à alma, posso fazer progressos em todos os sentidos, de sorte que até mesmo o sofrimento e a morte terão de ser meus servos e cooperar para minha salvação. Isto é uma dignidade sublime e honrosa, um reinado deveras poderoso, um reino espiritual, onde nada é tão bom ou tão mau que não me venha beneficiar, desde que eu creia. E, então, não preciso de mais nada, porque minha fé me basta. Veja, portanto, que preciosa liberdade e poder têm os cristãos!
Além disso, somos sacerdotes. Isso representa muito mais que ser rei, porque o sacerdócio nos possibilita comparecer diante de Deus, intercedendo pelos outros. Pois estar diante de Deus e orar compete exclusivamente aos sacerdotes. A Cristo devemos esse Dom de interceder e orar pelos outros em espírito, a exemplo de um sacerdote que se coloca corporalmente diante do povo e intercede por ele.

Quem poderia conceber a honra e a grandeza de um cristão? Através de seu reinado tem poder sobre todas as coisas, por meio de seu sacerdócio dispõe de Deus. Pois Deus faz o que o cristão pede e deseja, como está escrito no Salmo 145.9: “Ele acode à vontade dos que o temem; atende-lhes ao clamor e os salva".





Leia em sua Bíblia: Êxodo 20.1-6

A CONFIANÇA DO CORAÇÃO

“Eu sou o Senhor teu Deus”. (v. 2)



Isto é: Você deve considerar somente a mim como Deus. Qual o significado disso e como se deve entendê-lo? Que significa ter um Deus, ou, o que é Deus? Resposta: Deus é aquilo de que a gente deve esperar todo bem e em que nos devemos refugiar em todas as necessidades. Portanto, ter um Deus outra coisa não é senão confiar e crer nele de coração. É como tenho dito repetidas vezes: Apenas confiar e crer do coração faz tanto Deus como o ídolo. Se a fé e a confiança forem verdadeiras, também o seu Deus será verdadeiro. Por outro lado, onde a confiança é falsa e errônea, aí também não se tem o Deus verdadeiro. Pois estes dois, fé e Deus, não podem ser separados. Pois aquilo a que você se apega e naquilo em que seu coração confia, isso, digo, é propriamente seu Deus.

Por isso, o sentido desse mandamento é exigir fé verdadeira e confiança de coração, que se dirigem ao verdadeiro e único Deus e se apegam unicamente a ele. É como se Deus dissesse: Tome cuidado no sentido de apenas eu ser o seu Deus e não procure nenhum outro. Isto significa: Se lhe falta alguma coisa, espere-a de mim e procure-a junto a mim; se está sofrendo desgraça e aflição, venha para junto de mim e apegue-se a mim. Eu, eu quero dar-lhe o suficiente e livrá-lo de todo aperto, desde que seu coração não se apegue a nenhum outro, nem descanse em outro qualquer.





Leia em sua Bíblia: Salmo 118.1-14

O SENHOR É A NOSSA FORÇA

“O Senhor é a minha força e o meu cântico, porque ele me salvou”. (v. 14)



Em nada devemos pôr nossa confiança exceto no Senhor, que será nossa força e vai operar tudo em nós. Por isso devemos louvá-lo e agradecer-lhe, para que somente ele seja nosso cântico. Assim certamente seremos abençoados nele. Disso se conclui que esse Senhor é Jesus Cristo, verdadeiro Deus, gerado do Pai na eternidade, e também verdadeiro homem, nascido de Maria na plenitude do tempo, porque nesse salmo ele é louvado como nossa força e poder, nosso cântico e salvação.

Cristo somente pode ser nossa força no momento em que nós não tivermos força nenhuma em nós mesmos e formos crucificados através de toda sorte de sofrimentos. Nesse momento, ele também se torna nosso salmo, hino e cântico. Segue-se então a vitória e a salvação para a vida eterna.





Leia em sua Bíblia: Romanos 14.5-12

SOMOS DO SENHOR

“Se vivemos para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor”. (v. 8)



Sim, nós pertencemos ao Senhor. É nosso máximo consolo e alegria termos por Senhor aquele a quem o Pai confiou todo o poder no céu e na terra, entregando tudo em suas mãos. Quem, então, poderá prejudicar-nos? Por mais furioso que esteja o diabo, das mãos do Senhor, porém, não nos arrancará. Além disso, nós, os que cremos em Jesus Cristo, nosso Senhor, e vivemos sob sua proteção, somos, igualmente, senhores, e vivemos por meio e em Jesus Cristo – senhores sobre o diabo, o pecado e a morte. Pois Cristo tornou-se homem por nossa causa (para dar-nos esse poder), orou por nós ao Pai e amou-nos de tal maneira, que se tornou maldição em nosso lugar. Ele próprio entregou-se por nós, com seu sangue pagou resgate por nós e nos lavou e purificou dos pecados. Além disso, também nos deu a garantia de nossa herança e salvação, enviando a nossos corações o Espírito Santo, fez-nos reis e sacerdotes perante Deus, em resumo – fez de nós filhos e herdeiros de Deus e seus co-herdeiros. Isso é certamente verdade. Ó Senhor, fortalece-nos a fé, para que jamais duvidemos disso.





Leia em sua Bíblia: 2 Samuel 22.1-7

CONFIAR SOMENTE EM DEUS

“O meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu baluarte e o meu refúgio”. (v. 3)



Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do céu e da terra. Não deposito minha confiança em homem nenhum deste mundo, nem em mim mesmo, tampouco em minha força, capacidade, bens, piedade ou qualquer outra coisa que eu possua. Não confio em criatura nenhuma, quer no céu, quer na terra.Considero e confio tão-somente no Deus único, invisível, incompreensível, que fez os céus e a terra, e que está acima de todas as criaturas. Também não me assusta a maldade do diabo e sua companhia, pois meu Deus está acima de todos eles. Creio em Deus, mesmo que todos me abandonem ou persigam. Continuarei crendo, mesmo que eu seja pobre, tolo, ignorante e desprezado e careça de tudo. Eu creio, mesmo sendo pecador. Pois esta minha fé deve e precisa estar acima de tudo que é e que não é, acima de pecado e virtude, acima de tudo o mais, para que a fé se apegue única e exclusivamente a Deus, como insiste o primeiro mandamento.

Também não desejo nenhum sinal da parte de Deus para colocá-lo à prova. Confio nele sempre, por mais que ele tarde, e não lhe determino o alvo, o tempo, a medida ou o meio, mas, em fé verdadeira e franca, deixo tudo entregue a sua vontade divina.

Uma vez que ele é todo-poderoso, qual a necessidade que ele não me poderá suprir? Já que ele é Criador do céu e da terra e Senhor de tudo, quem poderá roubar-me ou causar-me dano? Sim, como não poderiam todas as coisas cooperar para o meu bem, se tenho o favor daquele a quem estarão sujeitas e obedecem todas as coisas?

Por ser ele Deus, é capaz e sabe fazer com que tudo coopere para o meu bem. Por ser ele Pai, quer fazer isso e realmente o faz de boa vontade. E porque não duvido, mas confio nele, certamente sou seu filho, servo e herdeiro eterno, e ser-me-á feito conforme a minha fé.

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