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sábado, 2 de maio de 2009

Mensagens de Martinho Lutero

Todas as mensagens foram retiradas do site da Comissão Interluterana de Literatura (www.lutero.com.br)

Leia em sua Bíblia: Mateus 20.1-16
VOCAÇÃO E ELEIÇÃO
“Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos, porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”. (v. 16)

O evangelho se dirige àqueles que pensam serem os primeiros perante Deus. por isso usa termos corajosos e atinge gente graúda, e chega a apavorar inclusive os maiores santos. Por essa razão, Cristo também confronta com eles os próprios apóstolos. Pois nesse círculo pode acontecer que alguém que seja pobre perante o mundo, fraco, desprezado, sofrendo, inclusive, um pouco por amor de Deus, sem nenhum sinal de ser alguma coisa, ainda assim, no coração e em secreto, se agrade muito a si mesmo, julgando-se o primeiro perante Deus, e vindo assim a ser o último. E, por outro lado, há quem seja tão tímido e retraído, julgando ser o último perante Deus, ainda que tenha dinheiro, honra e bens perante o mundo, sendo, porém, assim, o primeiro.Eis, portanto, o resumo desse evangelho: Ninguém está tão elevado, nem atingirá um ponto tão alto, que não tivesse que temer de vir a ser o mais baixo. Por outro lado: Ninguém está tão baixo ou pode cair tão fundo, que não pudesse ter a esperança de vir a ser o primeiro. Aqui fica eliminado todo e qualquer mérito e se glorifica unicamente a bondade de Deus... Ao dizer: “Os primeiros serão últimos”, Jesus tira de você toda a arrogância e lhe proíbe elevar-se mesmo acima de uma meretriz, ainda que você seja Abraão, Davi, Pedro ou Paulo. Mas, quando diz: “Os últimos serão primeiros”, proíbe-lhe também todo desespero e que jamais se considere inferior a qualquer um dos santos, ainda que você seja Pilatos, Herodes, Sodoma e Gomorra.

Leia em sua Bíblia: Romanos 6.15-19
OS MEMBROS A SERVIÇO DA JUSTIÇA
“Assim como oferecestes os vossos membros para escravidão da impureza, e da maldade para a maldade, assim oferecei agora os vossos membros para servirem à justiça”. (v. 19)

Até mesmo a razão lhes ensina que, em virtude do fato de vocês não mais estarem sujeitos ao pecado e à injustiça, não devem mais servi-los nem obedecer-lhes com seus corpos e membros, isto é, como todo seu ser e vida corporal. Por outro lado, já que se entregaram em obediência a Deus e à justiça, vocês têm a obrigação de servi-los de corpo e alma. Dito de forma bem simples e linguagem bem clara: aquele que no passado era mau e levava uma vida contrária à vontade de Deus e à voz de sua consciência, deve, agora, viver vida piedosa e servir a Deus de boa consciência. Ou, como São Paulo diz em Efésios 4.28: “Aquele que furtava, não furte mais”. Outrora, diz ele, seus membros: olhos, ouvidos, boca, mãos, pés e todo o corpo eram escravos da impureza. Assim também vocês colocaram seus membros a serviço da injustiça ou toda sorte de vida e obras injustas, pois cometiam uma injustiça atrás da outra, com todo tipo de truques e trapaças. Agora, porém, mudem a vida segundo seu próprio juízo e compreensão. Se antes vocês gostavam de ver, ouvir e falar o que era vergonhoso e imoral, ou buscavam essas coisas, e com seus corpos serviam à imoralidade, agora, seus olhos e ouvidos devem doer ao verem e ouvirem coisas dessa natureza. Todo o corpo deve fugir disso, e suas palavras e obras devem ser castas. Assim sendo, todos os membros e tudo o que o corpo faz ou deixa de fazer deve servir à justiça.E tudo isso para que seus membros e corpos se tornem santos, isto é, propriedade de Deus, destinados tão-somente a seu serviço, e para que todos eles, com o passar do tempo, cada vez mais e mais, com maior alegria, sirvam a Deus em obediência a ele a para sua honra, em tudo que é divino, louvável, honrado e virtuoso.

Leia em sua Bíblia: Romanos 6.4-11
MORTOS PARA O PECADO
“Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos”. (v. 8)

Veja, desta maneira Paulo relaciona a vida dos cristãos neste mundo com a morte de Cristo e os apresenta como pessoas que já morreram e estão sepultadas num caixão, ou seja, morreram para o pecado e não têm mais nada a ver com ele. E isso significa que o pecado morreu para eles e eles, por sua vez, morreram para o pecado, pois não andam mais nos caminhos pecaminosos do mundo. Na verdade, morreram duas vezes ou de duas maneiras. Uma é a morte espiritual para o pecado. Este é um morrer gracioso, consolador e bem-aventurado (embora seja dolorido e amargo para carne e sangue). Esta morte é doce e amável, pois nos traz nada mais e nada menos do que a celeste, pura e perfeita vida eterna. A outra é corporal; que não é morte, e sim muito mais um puro e suave sono imposto a esta carne porque, enquanto vivermos neste mundo, ela não cessa de resistir ao Espírito e à vida que ele dá. É assim que a carne age enquanto vive neste mundo: expande-se e traz o pecado de arrasto; resiste e não quer morrer. Razão por que, no final, Deus tem de executá-la, para que também morra para o pecado. Também esta é uma morte tranqüila e suave; na verdade, outra coisa não é senão um sono. Pois o corpo não ficará na morte (porque a alma e o espírito já não estão mais na morte), mas no dia do juízo reaparecerá, limpo e purificado, e se reunirá ao espírito, para ser um corpo puro, obediente, livro de todo pecado e mau desejo.

Leia em sua Bíblia: Gênesis 23.1-16
O EVANGELHO NÃO ANULA A NATUREZA
“Sara morreu; veio Abraão lamentar Sara e chorar por ela”. (vv. 1s.)

Está escrito que Abraão lamentou e chorou por Sara, para que fique bem claro que não há nada de errado em ficar aflito, triste e enlutado quando falecem aqueles que amamos. Embora todos tenhamos de comer, estamos, assim mesmo, de tal forma ligados uns aos outros pelo amor, que cada qual deve se alegrar com a vida do outro, assim como também nos liga o fato de sermos pobres e termos de comer nosso pão no suor do rosto. Enquanto vivermos, o amor deve ser colocado em ação, preocupando-se com a pobreza ou qualquer outra necessidade do próximo. Deus não deseja anular a natureza através do evangelho. Ao contrário, preserva o que é natural, dando-lhe, porém, a direção correta. É natural que um pai ame a seu filho, que a mulher ame a seu marido, e que se alegrem quando tudo vai bem, e que fiquem tristes quando algo vai mal. Em relação a Deus, segundo a fé, o cristão não se deixa abalar, mesmo que tudo vá águas abaixo; agora, segundo o amor, devemos nos importar como se fosse nossa própria necessidade, e agir com amor. Caso contrário, ou seja, se isso não nos servisse de lição, Deus não teria mandado escrever que o grande patriarca Abraão chorou a morte de sua mulher. Assim, Deus permite que nos perturbemos interiormente. Contudo, é de sua vontade que superemos essa perturbação por meio da fé e, dessa forma, não desanimemos nem nos afastemos de Deus.

Leia em sua Bíblia: Marcos 7.31-37
LÍNGUA E OUVIDOS
“Jesus, tirando-o da multidão, à parte, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e lhe tocou a língua com saliva”. (v. 33)

Aqui, Cristo se dedica especialmente a estes dois órgãos: ouvidos e língua. Pois, como se sabe, o reino de Cristo se fundamenta na palavra que não pode ser recebida nem compreendida a não ser por meio destes dois membros, os ouvidos e a língua. Esse reino exerce seu domínio no coração dos homens tão-somente por meio da palavra e da fé. Os ouvidos apreendem a palavra, e o coração crê nela; agora, a língua anuncia ou confessa a palavra que é crida no coração. Portanto, se as línguas emudecem e os ouvidos se fecham, não resta nenhuma diferença visível entre o reino de Cristo e o mundo.Pois, no tocante à vida corporal ou exterior, a conduta de um cristão em nada difere daquela do não-cristão: ele constrói, planta, lavra o solo como os demais, e não realiza nenhuma obra ou feito especial em termos de comida, bebida, trabalho, sono ou qualquer outra coisa. Apenas esses dois órgãos estabelecem uma diferença entre cristãos e não cristãos: o cristão fala e ouve de forma diferente e sua língua exalta a graça de Deus e prega o Senhor Jesus Cristo, declarando que somente ele é o Salvador. O mundo não faz nada disso. Ao contrário, fala da avareza e de outros vícios, prega e engrandece sua própria pompa.

Leia em sua Bíblia: Marcos 7.31-37
O SUSPIRO DE CRISTO POR CAUSA DE TODAS AS ENFERMIDADES
“Então lhe trouxeram um surdo e gago, e lhe suplicaram que impusesse a mão sobre ele... depois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá, que quer dizer: Abre-te”. (vv. 32s.)

Cristo suspirou não somente por causa da língua e dos ouvidos desse pobre homem. Tratava-se de um suspiro geral por causa de todos os corações, corpos e almas, e todos os homens, desde Adão até ao último que ainda virá a nascer. Deste modo, o motivo principal do suspiro de Cristo não é que no futuro essa pessoa ainda virá a cometer muitos pecados. Era porque nesse montão de carne e sangue diante de si, o Senhor viu claramente como no paraíso o diabo conseguiu infligir dano mortal ao corpo humano, tornando as pessoa mudas e surdas, e sujeitando-as à morte e ao fogo do inferno.Naquele dia e em muitas outras ocasiões, Cristo teve diante dos olhos esse quadro da extensão do estrago que o diabo conseguiu fazer por meio da queda de um só homem no paraíso. Ele não olhou somente aqueles dois ouvidos, mas a grande multidão que nasce e ainda há de nascer. De modo que esse evangelho nos apresenta a Cristo como o Homem que aceita a você, a mim e a todos nós, assim como devemos aceitar a nós mesmos, como se ele estivesse envolvido no mesmo pecado e dano em que nós nos encontramos. E ainda nos mostra que ele suspira por causa do diabo invejoso que deu origem a toda essa deformação.

Leia em sua Bíblia: Jó 33.1-7
CRIATURA DE DEUS
"O Espírito de Deus me fez; e o sopro do Todo-poderoso me dá vida".(v. 4)

Esta é minha opinião e nisso creio: sou criatura de Deus, isso é, ele me deu e de contínuo conserva corpo, alma e vida, membros, tanto pequenos como grandes, todos os sentidos, razão e inteligência, e assim por diante; comida, bebida, vestimenta, alimento, mulher, filhos, empregados, casa, lar, e todas as criaturas. Tudo isso dá para satisfazer as necessidades de nossa vida. Ele faz com que nos sirvam o sol, a luz e as estrelas no céu, o dia e a noite, o ar, o fogo, a água, a terra e tudo o que ela produz, as aves, os peixes, os animais, os cereais e toda sorte de plantas. Também os demais bens corporais e temporais: bom governo, paz, segurança. De modo que este artigo nos deve ensinar que nenhum de nós tem a vida de si mesmo, nem coisa alguma do que acabamos de enumerar e do que pode ser enumerado e, também, que não está em nosso poder conservar qualquer dessas coisas, por pequena que seja, pois tudo está compreendido na palavra “Criador”. Se quiséssemos entrar em pormenores, teríamos muito a dizer sobre quão pequeno é o número dos que crêem nesse artigo. Pois nós todos o passamos por alto, ouvimos e recitamos as palavras, mas não vemos seu sentido nem meditamos nele. Porque, se o crêssemos de coração, também agiríamos de acordo e não andaríamos por aí tão orgulhosos, com ar desafiador e vaidoso, como se devêssemos a nós mesmos a vida, a riqueza, o poder e a honra, de sorte que se tivesse que temer e servir a nós, como procede o infeliz e pervertido mundo.Por isso, esse artigo a todos nós humilharia e nos encheria de assombro, se o crêssemos. Pois, dia a dia, pecamos com os olhos, os ouvidos, as mãos, corpo e alma, dinheiro, bens, e como tudo que temos.Por isso devemos exercitar-nos diariamente nesse artigo, imprimi-lo em nossa mente e, em tudo o que vemos e no que de bom nos aconteceu, bem como nos momentos em que saímos de necessidades ou perigos, lembrar que é Deus quem nos dá e faz tudo isso, sentindo e vendo nisso seu coração paterno e seu imenso amor para conosco. Isto aqueceria nosso coração e o estimularia a ser grato e a faze uso de todos esses bens para honra e louvor de Deus.

Leia em sua Bíblia: Mateus 8.5-13
O MILAGRE DA FÉ
“Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta... Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E naquela hora o servo ficou curado”. (vv. 10 e 13)

Nesse exemplo do texto aconteceram dois milagres, ou, então, um milagre duplo. Um, feito pelo Senhor, outro, pelo centurião. Pois lemos aí que o próprio Jesus se admira da grande fé do centurião. Se, pois, Cristo considera isso um milagre e o louva, também nós o consideraremos assim. Encontrar um centurião com tal fé é para Jesus erva rara e caça excepcional.As pessoas consideram grande milagre o fato de Jesus devolver a vista aos cegos, o ouvido aos surdos, a saúde aos leprosos. É claro, de fato, são grandes sinais. Jesus, porém, considera milagre maior o que acontece na alma do que as coisas que acontecem no corpo. Portanto, quanto mais vale a alma do que o corpo, tanto maior deve ser considerado este milagre em comparação com os milagres físicos. Aconteceram, pois, aqui dois milagres; e Cristo os continuará fazendo diariamente, até o fim dos tempos. Os milagres físicos ele os faz raras vezes, como, aliás, os fez raras vezes enquanto estava na terra. Pois não curou a vista a muitos cegos, nem curou a todos os doentes. A muitos deixou cegos e doentes... Por isso tais milagres e sinais físicos não são eternos nem generalizados. Pois não é neles que está seu interesse. Ele os faz por amor de nós, para a cristandade começar a crer. Aqueles sinais, porém, que ele próprio considera milagres, esses permanecem para sempre, como, por exemplo, a fé do centurião de Cafarnaum. É uma obra milagrosa, uma grande obra milagrosa o homem ter uma fé tão maravilhosa, forte, correta. Por isso também elogia e exalta a fé desse centurião como se fosse o milagre dos milagres.

Leia em sua Bíblia: João 1.35-42
NOSSOS PECADOS ESTÃO SOBRE O CORDEIRO
“E, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus”. (v. 36)

Assim, nosso fundamento principal é que sabemos onde nossos pecados estão colocados. Porque a lei os coloca sobre nossa consciência, mas Deus os afasta de nós e os coloca sobre os ombros do Cordeiro. Pois, se são colocados sobre mim e sobre o mundo, estamos perdidos, porque o pecado é forte e poderoso demais. Mas Deus diz: “Eu sei que seus pecados lhe são pesados demais, por isso, eis que desejo tirá-los de cima de você e colocá-los sobre o meu Cordeiro”. Isso você deve crer, pois se assim fizer, estará livre do pecado. O pecado só pode estar em dois lugares: ou está com você, pesando sobre sua nuca, ou está colocado sobre Cristo, o Cordeiro de Deus. Se o pecado estiver sobre suas costas, você está livre e será salvo. Escolha, pois, o que preferir. Segundo a lei e a justiça, seus pecados deveriam permanecer sobre você; mas, por graça, são colocados sobre Cristo, o Cordeiro. Não fosse assim, e se Deus quisesse entrar em juízo conosco, estaríamos perdidos. Esse é um texto claro, fácil de entender, e essas são palavras vigorosas.

Leia em sua Bíblia: Efésios 5.31-33
CADA QUAL AME E HONRE O SEU CÔNJUGE
“Não obstante, vós, cada um de per si, também ame a sua própria esposa com a si mesmo”. (v. 33)

Nem de longe chegarmos a um amor tal como esse, pois, como se diz, é demasiado sublime e grandioso. E assim como o casamento terreno é pequeno, também o amor que existe nele é pequeno em comparação com o casamento celestial. Temos que satisfazer-nos em seguir esse exemplo e viver de acordo com o modelo desse casamento, de sorte que, no estado matrimonial, cad um se disponha a pôr em prática e demonstrar seu amor para com a sua noiva ou esposa. E se houver nela algum defeito ou falha, que ele não leve isso a mal, mas use de bom senso, dizendo: “Como devo proceder? Ela é minha noiva. A essa altura preciso, na medida do possível, encobrir, purificar, enfeitar e melhorar e, nesse pequeno casamento, demonstrar o pequeno amor, como Cristo demonstra seu grande e indizível amor por sua noiva, a igreja, de quem também sou membro”.Além disso, no estado matrimonial compete também à mulher, não somente amar o marido, mas, também, ser obediente e submissa, imitando o exemplo da união Cristo-igreja e pensando assim: “Meu marido é imagem do verdadeiro Deus e grande cabeça Cristo, por amor de quem vou respeitá-lo e fazer o que lhe agrada”.Semelhantemente, o marido, por sua vez, deve amar sua esposa de todo coração, por causa do grande amor que vê em Cristo, dizendo assim: “Nem eu nem ninguém jamais amou assim. Por isso, segundo o exemplo de Cristo, quero, na medida de minhas capacidades. Amar a minha esposa como a minha própria carne. Cuidando, alimentando e servindo-a, evitando ser rude e excêntrico para com ela. Ao contrário, se ela não for perfeita e cometer alguma falha, vou usar de bom senso e ter paciência”. Esse, então, deixaria de ser um matrimônio terreno e humano ou racional para ser um matrimônio cristão, divino, desconhecido dos pagãos. Porque esses não percebem a grande glória e honra do matrimônio, que se trata duma imagem da sublime união espiritual de Cristo. Por isso cabe a nós, cristãos, honrar e exaltar muito mais esse estado, pois sabemos e conhecemos o esplendor e a glória conferidos a este estado.

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