Quando pensamos em educação frequentemente lembramos a vocação da Igreja Cristã para o ensino. Não é de hoje que cristãos criam e mantém escolas e Universidades.
Lembro isso porque tenho ouvido algumas pessoas afirmarem que “fé é coisa de gente sem instrução”. Alguns afirmam que, quanto menos conhecimento uma pessoa tem, mais ela estará disposta a crer em um deus.
Richard Dawkings, famoso pregador do ateísmo, disse que a falta de informação é que leva as pessoas a recorrer à fé religiosa. E é interessante como esta afirmativa de Dawkings é aceita por muitas pessoas. Lembro da minha juventude na escola quando entre os colegas existia a idéia de que os alunos mais espertos eram aqueles que se diziam ateus. E esta mentalidade ainda existe.
Muitas pessoas medíocres pensam ganhar um certificado de sabedoria apenas por afirmar que Deus não existe. Afinal, dizem, pessoas inteligentes não podem crer que o mundo foi criado em seis dias. Nem que a Bíblia é a Palavra inspirada por Deus e isenta de erros.
A expressão de Marx de que “a Religião é o ópio do povo”, continua a ser repetida de peito aberto. E com isso se insinua que o objetivo da fé é alienar as pessoas e torná-las ignorantes.
Podemos até concordar que o fanatismo religioso e as superstições escravizam e dominam. Religiões fanáticas e supersticiosas realmente não combinam e nem querem saber de ensino e conhecimento. Mas isto não tem nada a ver com a fé cristã. Pois esta, historicamente, tem demonstrado zelo e amor pela educação.
O próprio Jesus deu aos santos apóstolos a ordem de fazer discípulos batizando e ensinando. É claro que aqui se fala do ensino do Evangelho. Os pais eclesiásticos cedo introduziram na Igreja o sistema de catequese. Martinho Lutero, ao se defrontar com uma Alemanha de analfabetos, que por isso não podia ler a Bíblia, escreveu um tratado com o título: “Aos conselhos de todas as cidades da Alemanha, para que criem e mantenham escolas”. E aos pais desmotivados em enviar seus filhos à escola escreve: “Uma prédica para que se mandem os filhos à escola”. Estes escritos estão no volume 5 das Obras Selecionadas de Lutero, em língua portuguesa.
Além disto, gostaria de dividir com os leitores um pouco da história da criação de uma pequena escola: Apenas seis anos após a chegada dos cristãos puritanos a Massachusets, nos Estados Unidos, a Corte Geral daquela colônia aprovou investir algum dinheiro para a criação de uma escola. Mas não era suficiente. Foi então que o pastor John Harvard fez uma doação de cerca de
A própria pedagogia moderna também mistura a sua história com a história da igreja. O pai da pedagogia moderna “Comenius” era um dedicado pastor que acreditava na educação. No século 17, Comenius escreve “Didática Magna” onde defendia que educar era ensinar “tudo a todos”. Lançou assim os pilares do ensino obrigatório tanto a meninos quanto a meninas, sistematizou a educação e defendeu a criação de escolas atraentes, que incluíssem recreação e o lazer aos alunos.
Olhando para a história da Igreja Cristã somos convencidos que a afirmação do ateu Richard Dawkings é enganosa. O cristianismo não se apóia na ignorância, mas promove e incentiva o ensino e o crescimento.
Conforme o grande amigo de Lutero, Felipe Melanchton, disse certa vez: “A ignorância é a maior adversária da fé, e, por isso, ela deve ser combatida”. Esta é a razão pela qual, como Igreja insistimos em manter escolas cristãs. Está em nosso coração esta vocação pelo ensino, este amor pela educação. Especialmente a educação que leva aos jovens o conhecimento do Salvador Jesus Cristo. Igreja e escola – tudo a ver.
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